sexta-feira, 22 de agosto de 2008

O vazio mundo meu.


Hoje eu me peguei em silêncio. Sentada em uma mesa de bar, rodeada de amigos e me sentindo sozinha. Era como se fossemos apenas eu, o cigarro e o bar, vazio.
Uma música bonita começava a tocar e eu ficava acompanhando... “Quando não tinha nada, eu quis. Quando tudo era ausência, esperei...”
O nada chamava a minha atenção, e na minha cabeça passava o mundo inteiro de mãos dadas com o vento e acenando para mim com a outra mão.
Sabe-se lá o que eu queria, não queria ir embora, mas também não queria ficar. Também não queria ligar para ninguém para convidar para sentar à mesa e tomar um drink.
Sabe-se lá no que eu queria pensar, nenhum amor platônico e nem nenhuma nostalgia, apenas pensava na vida, em onde eu poderia estar, em o que eu gostaria de dizer, mas na verdade, não tinha nada para falar.
Ninguém me chamava a atenção, afinal, o bar estava vazio. Só a música que me animava e de repente eu começava a cantar. Então eu olhei para o lado e falei:
- Por que me olhas com esse semblante de sã samaritana?
E então a amiga ao lado ria, o sorriso dela era tão bonito que eu até a via sentada ali ao meu lado e ela não sumia 5 segundos depois.
E naquele instante, éramos só as duas, no mesmo bar vazio. Trocávamos uma palavra ou duas e depois trocávamos o silêncio, e aí sim tínhamos uma longa conversa.
- Coloca mais pimenta, Jucy!
Era a menina na ponta da mesa me chamando a atenção, então eu a olhava e não desviava o olhar. Os pequenos dedos dela iam abrindo o guardanapo e já estávamos em três, no mesmo bar vazio, com a música empolgante do início.
Sabe-se lá se, de fato, eu precisava de mais algo ou alguém, mas eu já me sentia satisfeita. Até que o garotinho começou a rir, e a gargalhada dele me tirou do silêncio profundo e eu sorri também. O bar já estava enchendo e eu na mesma cadeira, na mesma posição. E ali sim, eu não precisava de mais nada
Uns vultos passavam, umas vozes sorriam, outras brindavam, outros caiam, mas nada fazia parte da minha fantasia, minha noite com os amigos que eu tanto queria.
Eu posso parecer uma adolescente idiota que fica escrevendo sem parar sobre algo que para você não deve ter tanta importância, mas para mim tem e eu não acho nada que seja melhor para fazer, a não ser alimentar o meu vício; escrever.
Eu já tentei dançar, pintar quadros e crias obras de arte, mas não obtive sucesso. Portanto, me deixa engrandecer os pequenos fatos da minha vida? Obrigada.

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