sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O que era a resolução do problema, se tornou no problema em si. Era para curar, para cuidar, abraçar, colocar no colo e afagar a dor, mas agora se tornou a própria dor.
Agora se tornou espinho, calor, ganância, ausência, dor.
Não existe mais o sorriso, o toque, o olhar, as borboletas extintas voando no estômago. Agora é dor, é agonia, é saudade negra, caminho de ida sem volta. Uma via de mão dupla sem ninguém para trafegar. É isso o que é, foi nisso no que se transformou, na dor. No ar, no "A" sem mar.
Os olhos nem brilham mais e o que foi prometido ficou para trás, os planos já nem existem mais. São outros, é outro, é outra, alguém tem que ser, mas não você, não aqui, não eu, não agora, não mais. Só dor.
O que era para ser um coração se transformou em dor, no negro da dor, no vazio da dor, na dor em si. No frio que a dor traz, na tristeza que a dor traz, no desequilíbrio que a dor mesmo quando não dói muito, ainda traz.
O coração se transformou na direção sem foco, no risco traçado no chão sem começo e nem final, na falta de opção, no pedágio, no escudo, no silêncio, no telefone no criado mudo que não toca nunca.
Transformou numa porta trancada e em uma chave muito longe da fechadura, muito longe da liberdade.
O que era para ser a resolução do problema, se tornou em você, o problema em si, a dor.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Às vezes eu queria ter a coragem que você teve, Cris.