quinta-feira, 30 de abril de 2009

Tentando entrar em uma mente vazia.



O mundo dos livros. Sexo, drogas e rock’n roll.
Ele me disse que a vida é curta e tem mesmo é que aproveitar.
Isso quase soou bonito, não foi? Mas eu quero mais, eu quero um pouco mais, eu quero saber mais um punhado de nada. Quando a música pára, a droga acaba e a mulher vai embora, o que será que ele faz? Em quem será que ele pensa? O que será que ele quer? Quando será que ele chora?
Eu dormiria e acordaria ao lado dele todas as noites possíveis da vida impossível e temperada que eu tenho. Eu só queria morrer durante o dia inteiro, todos os dias e ressuscitar nos braços dele sempre que possível. Sempre que eu quisesse acordar para a vida, sempre que eu tivesse frio, sempre que eu quisesse sentir um cheiro bom e sempre que eu quisesse abraçar alguém que amo e me faz bem até mesmo quando está calado, sem dizer nada, sem fazer nada, sem nada, nem nada, nada, nada.
E quem será que lhe dá frio da barriga? E por que ele é tão carinhoso e sempre fala umas coisas bonitas meio que sem querer se depois ele vai embora? Por que depois ele sempre precisa ir embora? Por que eu me encanto? Ele nem diz que vai ligar no dia seguinte e tampouco que precisa me apresentar para seus pais. Ele parece tanto com os demais. Por que eu quero tanto ficar com ele se ele nem sabe quem é Gabriel García Márquez? Se ele odeia as comidas que eu mais gosto e se ele ouve as piores músicas possíveis?
O amor não escolhe fundo musical. Deve ser isso.
E o amor tem um paladar estranho, estilo pipoca queimada, ou sei lá, um café docinho e frio. O amor tem um cheiro estranho, estilo pólvora. Aquele cheirinho leve de pólvora logo depois que a arma cospe, logo depois do tiro, delicioso cheirinho de pólvora.
Bem, aí eu me pergunto, o que será que ele faz quando não tem ninguém olhando? Eu quero dizer, ele é tão desinibido, e nunca se preocupa com os olhares famintos e curiosos que lhe despem que quando não tem ninguém olhando ele... Como ele deve ser?
Será que ele também fala sozinho? Eu suponho que todas as pessoas falem sozinhas, não, isso não vem ao caso, mas eu queria ressaltar que você, meu caro leitor, não é o único.
Pois bem, começou a chover, o cheiro de terra molhada já invadiu minha casa e ele foi dormir, será que ele vai conseguir dormir? Tem energia para dar, vender e emprestar e sono que é bom, ele não tem. Isso sim eu queria transmitir para ele por Osmose, eu tenho sono sim, para dar, vender e emprestar. Aí ele não tem nada para fazer e vai ter idéias malucas, dando um de Albert Einstein, aí fica lá falando as teorias.
Aí eu fico tentando entrar na mente vazia que preenche quase todo o corpo dele, estranho não é?
Mas não tem outra definição, estava mesmo tentando entrar em um lugar grande e escuro, mas cheio de alguma coisa que eu não sei o nome, talvez nada.
Ele às vezes parece que não tem nada na cabeça, dá um surto psicótico muito louco e ele se transforma, ele tem aquele transtorno bipolar que não chega a ser doença, mas para quem o observa por segundo, movimento por movimento, percebe claramente, sem nem discutir. Sabe? Ele está rindo e fazendo rir e em poucos instantes ele lhe pede com gentileza para que você saia do seu caminho e se não sai, ele é o mais arisco possível. Arisco, boa palavra para defini-lo quando ele tem um surto interno contra os próprios sentimentos e não sabe como colocar para fora.
Pois é, mal sabe ele que eu entendi o que ele quis dizer quando eu recitava um poema e ele respondeu que não gostava de ilusões. Se o interessa saber, eu também não gosto de ilusões, mas poemas me são sempre bem vindos, que me perdoe por não rir nas horas vagas, mas eu sou assim mesmo.
Assim do jeito mais improvável possível, tentando adivinhar com quem ele gostaria de estar agora e quando eu condigo descobrir realmente não me faz nenhuma diferença. Aí eu penso em Ene coisas. O que será que ele quer comer hoje no jantar? Será que ele tem alergia a nozes?
Ele disse que tem alergia a poeira, mas todo mundo tem. E camarão é de praxe, crustáceos fodem com os humanos, mas bem, é bom.
Aí ele vem com as teorias, sabe? Aqueeeelas que eu falei. “Enquanto come o camarão, beba bastante líquido, vai pausar a alergia.” Será? Aí ele começa a explicar, começa a discordar e a explicar novamente e a falar e falar e não cansa e fala e fala mais e aaaaaaaaaaaaaah, eu não paro de gostar desse menino infeliz.
Será que se eu não gostasse dele, ele ia gostar de mim?
Com quem ele gostaria de dormir esta noite? Por que ele não me liga de madrugada para dar boa noite? Por que ele nem tem ciúmes? Eu não sou difícil de lidar, em dois tempos me entendem. Sei não, sei não, essa coisa de relatar fatos em linhas tão curtas só está me fervendo o juízo e bem, já está no meu horário de almoço, passar bem.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Fazenda da minha avó.

A minha avó criava um pintinho, a minha avó criava um pintinho e o pintinho piu piu piu.
A minha avó criava uma galinha (x2) e a galinha cocoró e o pintinho piu piu piu.
A minha avó criava um galo (x2) e o galo cocoricó e a galinha cocoró e o pintinho piu piu piu.
A minha avó criava um peru (x2) e o peru gulu gulu e o galo cocoricó e a galinha cocoró e o pintinho piu piu piu.
A minha avó criava um cachorro (x2) e o cachorro au e o peru gulu gulu e o galo cocoricó e a galinha cocoró e o pintinho piu piu piu.
A minha avó criava um gato (x2) e o gato miau e o cachorro au e o peru gulu gulu e o galo cocoricó e a galinha cocoró e o pintinho piu piu piu.
A minha avó criava uma vaca (x2) e a vaca mu e o gato miau e o cachorro au e o peru gulu gulu e o galo cocoricó e a galinha cocoró e o pintinho piu piu.
A minha avó criava um pato (x2) e o pato quac e a vaca um e o gato miau e o cachorro au e o peru gulu gulu e o galo cocoricó e a galinha cocoró e o pintinho piu piu.
A minha avó criava um porco (x2) e o porco oin e o pato quac e o cachorro au e o peru gulu gulu e o galo cocoricó e a galinha cocoró e o pintinho piu piu.

...

- Wagner Costa Bulhões.

sábado, 18 de abril de 2009

SE fosse assim.

Se ele me amasse mais que qualquer coisa nesse mundo, eu juro que faria dele o rapaz mais feliz. Deixá-lo-ia livre para ir onde quisesse e esqueceria a porta aberta, para quando ele voltasse.
Esqueceria café na cafeteira, para caso sentisse sede e dormiria de um lado só da cama, para quando sentisse sono. Eu só queria que ele não esquecesse que a única no mundo que ele amava era eu. Sabendo disso, respeitando isso, fosse onde quisesse ir.
Amá-lo-ia diante de seu sorriso, diante de qualquer outro fator relevante ou não. Eu o amaria demais para deixá-lo partir, partir para sempre. E eu sei tão bem que o prendendo o faria ir. Quem dera, meu Deus, quem dera fosse eu. Quem dera fosse eu a moça que lhe bebe as mágoas e lhe toca o coração, quem dera fosse eu quem ele mais queria ter para sempre. Se ele me amasse mais que qualquer coisa nesse mundo, eu juro que faria dele o homem mais feliz que poderia haver. Juro que sob nenhuma condição eu o deixaria sozinho, sob nenhuma hipótese eu o faria sofrer demais. Como eu conseguiria? Como eu seria capaz? Eu não seria, nunca seria. Eu queria que ele me deixasse amá-lo mais do que qualquer coisa nesse mundo, mas ele tem medo de me permitir, tem medo de não conseguir também. E tudo o que ele faça ou diga, só faz com eu o queira mais, sempre mais.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Ele ainda acredita em uma garota que não fuma, que usa o histerismo para conseguir o que quer e que ama por não ter mais opção alguma. Acredita em uma garota que liga para fazer cobranças de onde ele está e que ele pertence à ela, ele nem deve saber o que é amor intenso, e se sabe?

segunda-feira, 6 de abril de 2009

......Devo explicar o quanto és tentadora para mim?

Os mortos mais vivos.


Nem eu sei o que faria caso alguém chegasse para ele e de repente contasse tudo o que eu passei cerca de dois meses para manter debaixo da terra, sem que ninguém desconfiasse. Poderiam me prender por ter um cemitério clandestino sob meus pés, mas nunca por amar alguém que não corresponde às minhas expectativas. E depois de sessenta e poucos dias a minha língua maldita acha de falar demais e a minha consciência não me apoiou em nenhum instante, tive que desenterrar meus cadáveres.
Queria eu poder controlar esse vai e vem de emoções e dizer que quando estiver afim de ir, que vá em alguém que possa segurar com cautela e não em alguém que nem vai querer segurar. É foda mesmo.
Mentira, eu não queria não. Ele é o que melhor poderia me acontecer - mesmo não acontecendo.
E os cadáveres resolveram então fazer gracinha e agora não me deixam mais dormir, ficam me assombrando no quarto, fazendo sombrinhas na luz da lua e remexendo os galhos das árvores só para atrapalhar meu sono, antes fosse só isso. Minha cabeça está cheia do fulaninho que parece que vai esborrar por todos os lados, sabe como é? Sabe quando você não consegue pensar em mais nada e nem em mais ninguém? Então, malassombro dos infernos que me dói no coração, se bem que doeria bem mais se ele fosse embora, embora nem tenha chegado.
Então eu sento naquele banco de cimento à beira mar, entre amigos, as conversas vão fluindo e eu lá olhando para ele, vidrada. Mentira, não era vidrada, mas eu sabia disfarçar bem, ou um pouco, enfim. Eu sei que ele era tudo o que mais brilhava e era só o que eu via, era inevitável, era um sem querer muito querido, só ele não percebeu. Menos mal, vai que ele virava para mim e perguntava se eu ia tirá-lo para dançar. E era uma sina, eu juro, era sina! Eu levantava, andava, andava, dava uma volta, parava no meio da multidão e quando pedia desculpas para a cara ao lado que eu tinha esbarrado sem querer, era ele. Eu ficava meio sem graça, andava novamente, encontrava uns conhecidos que ele conhecia também e ele sempre parava no mesmo ponto. Então um tempinho depois, já distanciados, eu já estava indo embora, despedi-me de uns amigos e pedi para mandar-lhe um beijo, e lá do outro lado, quase atravessando a avenida ele estava vindo, na mesma direção. “Estou indo, a gente se vê no curso, ah! As ondas não estavam muito boas e ainda por cima, os gringos ganharam o campeonato.” Eu realmente não tinha nada para falar, era só para olhar para ele um pouco mais. Eu nem sei nada sobre surf, eu odeio o sol, embora a informação fosse verdade, mas e daí? Eu queria mesmo era abraçá-lo ali mesmo e nunca mais na minha vida largar, nunca mais. Ele tem um cheiro atrativo, fala rápido demais e eu fico viciada em ouvi-lo contar alguma coisa, ele tem uma voz linda, o sorriso é tão bonito quanto e acredite, até olhá-lo ficar sentado sem fazer nada, sem falar nada, sem olhar para nada, me fascina.
Uns dizem que é coisa de gente boba apaixonada, eu acho que é só coisa de gente boba, deveria mesmo era ter levantado daquela porcaria daquele banco dizendo que ia comprar cigarro e nem querer mais esbarrar com ele. E o vício que ficou em mim? Não pelo cigarro, antes fosse. Quem disse que é fácil assim de controlar? Ah, inferno!
Eu sei que eu segui, com meus anjos ao meu lado dizendo que meus olhos brilhavam demais quando falava nele ou estava perto dele, e tudo o que eu pensava era se eu não tinha nada melhor para falar do que aquele caralho daquele comentário visivelmente dispensável.
Nessas horas que eu queria entrar em um bar, beber horrores, jogar bilhar e ir embora para casa, sem dizer uma palavra com nenhuma pessoa, mas fiz coisa melhor, fui tomar sorvete e pensar um pouco nele.
Às vezes eu me pego sentada na ponta do sofá, tomando um café quentinho, olhando pela janela gradeada. É uma imensidão de céu e que nunca acaba diante dos meus olhos, e eu fico lá insistindo em encontrar um ponto final para saber se está muito longe de ele me amar um pouquinho só, só um pouquinho de tamanho de bem pouquinha coisa... Pois está, procurar fundamento em um horizonte é perda de tempo, procurar um fim no infinito é muito bonito, muito poético, mas eu tenho mais o que fazer.
E tenho mais o que pensar a respeito de muita coisa de verdade e que me rodeia aqui e agora e não em uma ilusão, tenho mais é que rir sozinha do que sentar e esperar com a cabeça nas mãos uma gargalhada linda que ele dá e com certeza não é por eu estar ali, tenho mais é que me desprender dessa miséria dessa corda que está tentando me enlaçar e não quer mais me deixar fazer nada sem pensar em algo diferente dele. Eu tenho mais é que dormir, dormir com uma esperança linda de acordar. Tenho mais é que sair por aí pelo mundo, me apaixonar por alguém que eu não vá ver nunca mais, me apaixonar por alguém que se apaixone por mim, me apaixonar por alguém que se importe quando eu estiver ali e não me apaixonar por alguém que é apaixonado por outro alguém, por alguém que está cagando e andando para a minha paixão.
E o pior, a sensação é a mesma de quando descobri que ele ama um outro alguém, o órgão muscular vermelho e oco está se rasgando e sangrando demais outra vez.

Não, de novo não, é esse o filme que eu não quero mais ver. E quem se importa?

domingo, 5 de abril de 2009

" Dizem que um dos dois sempre ama mais... Oh meu Deus, quem dera não fosse eu!"


quinta-feira, 2 de abril de 2009

"Na verdade, minha filha, você já está apaixonada por essa moça."


......................... E mudaram o canal da televisão.