sexta-feira, 31 de maio de 2013

   Aí veio a vida e disse "acorda", me chacoalhando pelos ombros. ACORDA! Ela disse mais alto. Mostrou alguns problemas que só eu poderia resolver. As provas, as contas, o banco, os processos, as responsabilidades, as metas traçadas e as metas que precisavam de traços. ACORDA, BITCH! Ela gritou meio puta. Mostrou os exames de sangue, o ponteiro da balança subindo, o vestido descosturado, a bolsa falhada, o armário sem arroz, a geladeira sem queijo, o café sem açúcar.
   Veio a vida e sussurrou no pé do ouvido "seu urgente não é tão urgente assim, veja a realidade". Realidade. Defina "realidade", vida. Defina a realidade com as mãos vazias e um peito enfermo, defina, vida.
Ensine a fechar essa mão para não deixar mais nada escorrer por elas, ensine a segurar o que é meu e não deixar ninguém tomar... Deixou. Tomou. Será que quem perdeu fui eu?
   Veio a vida e arrumou o meu cabelo, lembrou que quem sofreu, sofreu porque mereceu e precisava aprender. Aprendeu. Enxugou meu rosto, escolheu a música que eu precisava ouvir e disse coisas que ninguém teria dialeto certo para dizer. "Você consegue!", num idioma que só a vida conhece porque foi ela quem fez para mim. "VOCÊ CONSEGUE, PORRA!", numa pressão que só a vida sabe o limite porque foi ela quem estipulou para mim.
   E eu querendo ser menos radiante para não ofuscar os seus olhinhos, perdi foi tempo.
"E agora, eu vou fazer virar com os meus... É real, o menino do morro virou deus."

terça-feira, 28 de maio de 2013

 Aí eu quero engolir a porra do mundo inteiro em uma golada só. Engasgo, fico sem ar, vomito e fico sem nada. A sede continua.

domingo, 19 de maio de 2013

  Poderia te convidar, mas não quero mais ninguém nesse meu mundinho melodramático. 

sábado, 18 de maio de 2013

   Eu NÃO AGUENTO MAIS sentir saudades!

sexta-feira, 17 de maio de 2013

   Suponhamos que eu não me importe mais, que não sinta falta, que não recorde absolutamente tudo por absolutamente todo o tempo. Suponhamos que tudo vá mesmo dar certo um dia e que esse dia esteja próximo. Que a dor vai passar, a saudade vai aquetar e tudo vai ficar bem. Suponhamos...
   E você que acha mesmo que a vida é um livro, tome cuidado com o que escreve, não esqueça dos agradecimentos, de organizar os parágrafos, a fonte perfeita, uma capa linda, dura e impermeável. Escolha as cores que quiser, faça um arco-íris, cante para seu livro ouvir. Termine a história como e quando quiser... Ou tente. Livros são assim, o cara escolhe literalmente a dedo a próxima palavra,o próximo capítulo, a próxima etapa, o próximo verso. A vida é bem mais bonita e filhadaputa, meu amor.
   Dá vontade mesmo de pegar o primeiro avião com destino a felicidade, mas ninguém sabe onde ela habita, se esconde, descansa tanto que não quer mais trabalhar.
   Já pensou? "Mãe, vou nessa. Vou mudar o foco e fazer florescer jasmim nesse jardim escroto que eu nunca cultivei!"
Talvez ela não entendesse uma só palavra e me dispensasse, ajeitasse as malas, pedisse o endereço ou simplesmente me mandasse ir dormir porque "o meu mal é sono".
   Grande merda. Grande merda porque eu mais do que ninguém aprendi bem que fugir do que persegue não adianta, não deixa de perseguir - e uma hora cansa de fugir. Tem que encarar os fatos, rasgar as fotos, rir da própria desgraça e fazer parecer que a vida é bela porque, meu querido, ela é, viu? É que a beleza é coisa tosca, coisa pequena, escondida, só se vê direitinho quem quer mesmo encontrar.
   Queria muito, muito mesmo, que tudo desse certo. Será que um dia vai dar? Será que ISSO é o "dar certo" que eu tanto esperei? Será que esperei demais e me decepcionei? Será? Que merda.

terça-feira, 14 de maio de 2013

   Não precisa mais ligar, nem atender, nem dar as caras. Percebe como já não faz a diferença? Percebe como ainda perco o tempo para pensar em você e logo depois (sempre logo depois) eu percebo que deveria ter usado esse tempo para algo melhor?

   Não precisa mais ligar, nem atender, nem dar as caras. Percebe como eu tentei? Como pensei que podia ser? Podia dar certo? Nem lembro mais de você no dia-a-dia, nem me arrependo das coisas que falei.

   Quer saber? Você nem me faz rir tanto assim.-  Ou faz, mas não é o único. - E é importante salientar que eu não menti quando disse que sentia falta, eu menti quando disse que não me importava. Mas e daí? Você nem tem um abraço com tanto afago assim.

    Tudo bem se não ligar, se não atender, se não der as caras. Tudo bem mesmo. Aprendi a respeitar pessoas sem pernas, braços, cabelos. Não vai ser difícil respeitar você que não tem coração.

   Hahahaha. Tudo bem MESMO se você não der as caras. Sério. Mesmo.

segunda-feira, 13 de maio de 2013


Só que não.










E leva de brinde um coração.














sexta-feira, 10 de maio de 2013


"Como era linda com seu ar namoradeiro
Até lhe chamavam menina das tranças pretas
 Pelo Chiado caminhava o dia inteiro 
Apregoando raminhos de violetas   
 Pelo Chiado caminhava o dia inteiro
Apregoando raminhos de violetas
E as meninas de alta roda que passavam 
Ficavam tristes ao olhar o seu cabelo 
Quando ela olhava com vergonha o disfarçavam 
E pouco a pouco todas deixaram crescê-lo 
Passaram dias e as meninas do Chiado 
Usavam tranças enfeitadas com violetas 
Todas gostavam do seu novo penteado 
E assim nasceu a moda das tranças pretas 
De violeteira já ninguém hoje tem esperança 
Deixou saudades foi-se embora e à tardinha 
Está o Chiado recheado de mil tranças 
Mas tranças pretas ninguém tem como ela as tinha."

quarta-feira, 8 de maio de 2013

  Cantar sobre o gueto sem nunca ter passado pelo gueto. Essência?
   Aí de repente você vai embora? Tão assim igual a todo mundo? Que merda.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

   Difícil viver com os sentimentos escancarados.