quarta-feira, 9 de julho de 2008

Cacos de mim.



Hoje estou delicada como uma taça, portanto ninguém venha brindar nada, não quebro me quebrar.
Mas para que tanta hipocrisia? Todos já não sabem que estou estraçalhada?
Há pedaços de mim por todos os lados, em todos os cantos que fazem sombra, pedaços de mim por todo lugar.
Me quebrei, me quebrei e caminhei a procura de um recinto em silêncio e solitário, bem longe, bem longe daqui. Para que ninguém pudesse ouvir meus prantos, meu canto de agonia, meu mundo, o meu calvário. Meu esforço, minha ausência de prazer para sorrir.
Acho que já estou cansada do amor, cansada dessa dor permanente que ele causa tão bem docemente, e de repente tira o sono.
Não desejo ninguém, não mais. Não quero desejar meu sofrimento.
Não espero que volte, quero apenas que vá embora. Para um lugar longe o suficiente e fora do mapa, antes que eu enlouqueça e antes que eu esqueça quem eu sou realmente.
Antes que me remontem e me quebrem no chão, pela segunda, pela milésima vez.
E eu voltei, voltei para o mundo real porque o mundo irreal já estava me fazendo rir, todos aqueles risos já não faziam mais sentido e o brilho nos olhos estavam sendo apagados. Voltei, voltei de onde nunca quis ir, volte pela segunda, milésima vez, para o mundo que é, de fato, meu único aliado.
E eu sei que o erro foi meu, eu sempre soube que o erro foi meu.
Mas algumas pessoas resolvem obedecer ao orgulho e se sufocam na verdade que se limitam a enxergar. Tudo poderia ter sido tão mais fácil, tão mais singelo se eu tivesse, por acaso, deixado a vida me levar sem pressa, sem aperreio.
Agora eu vejo que tudo não passa de um imenso faz-de-conta, não passa disso não.
E eu sou o amor, a verdade que quase nunca se encontra, por estar sempre, quase sempre se escondendo da razão.

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