segunda-feira, 19 de maio de 2008

Manhã da lua.

Quando eu acordei naquela manhã, vi que estava amanhecendo numa manhã do tipo mórbida, do tipo de manhã que eu não queria acordar.
O sol raiva, mas não iluminava o meu mundo, a penumbra circulava e me cegava das coisas que eu não deveria, mas gostaria de enchergar.
Mas já está noite, e eu quero dormir, porque amanhã eu quero acordar sem espinhas, sem cabelo ressecado, com a sobrancelha feita e a depilação perfeita também.
Quero que amanhã seja uma manhã bonita, que mesmo que o sol não invada o meu quarto, meu mundo, eu possa me livrar desse mundo de fantasmas, de seres irreais que eu estou quase me acostumando a viver.
Eu devo ter cansado de toda aquela ladainha de lágrimas durante a noite e vontade de dormir para sempre na manhã seguinte, ladainha que é repetida nas segundas-feiras, terças, quartas, 5ªs, "VI's" e durante o final de semana ela descansa um pouco, porque todos os dias da semana é tenso, creio que não suportaria tanto peso nas costas.
E a lua está linda do ângulo que estou (se bem que de qualquer ângulo, ela é fantástica sempre), e o céu está sem nuvens pesadas, muitas estrelas festejando ao redor do satélite natural da Terra e é claro que aquela linda nostalgia sendo carregada para lá e para cá junto das moléculas de ar.
É uma noite pacata, finalmente uma noite desse tipo depois de tanto tempo, ela chegou.
E nessa noite eu quero dormir sorrindo, quero acordar sorrindo e com as unhas feitas, pintadas com um esmalte de um tom meio vermelho excêntrico, quero acordar com cachos no cabelo, com música bonita no quarto e principalmente com um salto alto estupendo ao lado da minha cama.
Quero que a manhã de amanhã seja distinta das demais manhãs, distintas a ponto de me fazer querer repeti-la, a ponto de me fazer querer acordá-la novamente.
E pode ser até que algo ou alguém estrague a noite de hoje, mas aquela lua, aquela lua que está ali no céu olhando pra mim e me chamando, não vai sair jamais da minha mente.
Portanto, eu ainda quero acordar amanhã de manhã. Não me deixe dormir por muito, por um longo tempo, de novo não.

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