segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Ex.


Ruas escuras, frio, deserto, sozinho...
E as pedras, os carros, as caras, a multidão...
O silêncio.
A vergonha alheia, o riso escasso, o excesso de riso
O rio vazio e o sonho devasso, o medo... o medo.
A dor de dente, pulmão em chamas, estômago embrulhado
E pedaços de coração marcando o caminho de volta para casa
E ainda assim eu me perdi, me encontrei no seu olhar.
A dúvida, a descoberta, a mentira, o cinismo
A chave que fecha, a porta que abre, o caminho sem tapete bonito para passar
A vontade de simplesmente não sair nunca mais de lá.
Eis aqui a noite da anfitriã
Da dançarina, da bailarina, da artesã
Da atriz principal, da semente sozinha, da sempre sozinha
Eis aqui o cansaço em palavras, a preocupação em pessoa e a fantasia que é sempre minha.
A nostálgica calada, a voz que entoa, eis aqui a senhora
A senhora da Dor, senhora do Amor, senhora do Rio de Lágrimas, aquele que não seca jamais.
Eis aqui o lírio, o lírio que cobre túmulos.
Eis aqui o sangue, o sangue que acorda mundos.
Eis aqui a amante, a eterna amante de um amor sem fim
Eis aqui a espera, a lua cheia, Jasmim, Iemanjá.
Eis o folclore, a tradição, o Boi Tatá.
Eis o desvio quando sozinho por ruas escuras, frias, desertas.
Só por medo de esbarrar pela milésima vez com você.

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