segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

O gosto e o poder falar o que muito quis:


Eu amo você, você sabe. Acontece que foi um ano, ou quase isso de distância. E não foi uma distância de eu estar em um continente e você no outro, foi distância de estarmos no mesmo corredor, no mesmo elevador e parecendo estarmos em continentes distintos. Isso não é algo que dê orgulho, tem noção de quantos risos nós deixamos de ganhar juntos? Quantos abraços e instantes de conforto? Eu precisei de você, cara. Precisei de você quando quis ligar para alguém para dizer “Vai me ver dançar?”, precisei de você quando quis falar bobagem, quando quis fazer bobagem. Eu tive e ainda tenho amigos, conto nos dedos das mãos e você é um dedo meu. Mas por favor, não me cobre o que ainda não lhe tenho por completo. Eu te amo, mas agora é diferente pois eu tenho medo de perder você para sempre, e o que fazer? Você teve toda a minha confiança, eu acreditava em você com os olhos fechados e você deixou escapar, você me deixou lá sozinha e eu não queria abrir os olhos e ver que você não estava mais lá. Nós vivemos em uma vida onde milhares de pessoas estão indo e vindo, mas quando você permite que umas dessas tantas fiquem, é porque você acha que elas merecem um pedaço grande de você, do seu coração. O amor não é medido pelo tempo que conhece o outro alguém, ou pelas vezes que se viram. O amor não é medido pelas ligações telefônicas feitas, cartas enviadas (e que nunca chegam) ou pelos elogios mesquinhos e comentários maldosos. O amor nem é medido, se lhe custa saber. Veja aqui este rapaz *Alisa com ternura o rosto do menino branco que leu mais de três livros*, você acha que eu seria feliz se por acaso ele saísse da minha vida? Nos conhecemos há poucos meses, e você acha que ele não levaria um pedaço grande de mim se entrasse na nave dele e sumisse? Levaria, e um pedaço farto, por sinal. E este outro aqui * Alisa com carinho o rosto do próximo arquiteto destacado que no passado teve uma banda cover do Marilyn Manson *, você acha que se ele estiver aos prantos eu vou permanecer por inteira? Não vou me desmanchar em pedaços bem pequenos? Acha que não terão fragmentos de mim por todas as ruas e cidades que eu passar? A gente escolhe? Se eu pudesse, eu escolheria os mesmos. Só quero dizer que o carinho que lhe tenho não pode ser pesado, tampouco contado nos dedos, mas que há coisas na vida que não pode simplesmente apagar com a borracha, precisa esperar sumir com o tempo. Eu queria falar com você, esbarrar sem querer só para pedir desculpas, queria mesmo era te abraçar e não largar pelos próximos 30 anos, mas no meio do caminho eu parava. Eu sabia exatamente o que tinha que dizer, como dizer, mas para que? Quando jogamos algo fora é porque não nos serve mais, então porque eu insistiria? Reciclagem? Campanha Viva ao Meio Ambiente em ação? Por favor, não tenho ovo para isso. Passei um tempo grande querendo saber onde eu tinha errado e o que poderia ser feito para restaurar esse erro, e no final das contas eu entendi que era só uma lição e sobreviver a ela era a resolução, mais nada. Sobreviver a ela me traria todos os requisitos para derrubar os demais obstáculos, e eu derrubei muitos, tropecei em poucos, mas eu nunca fiquei parada na frente de um deles querendo saber o que fazer, sem fazer nada. Eu amo você, entenda. Eu era sincera quando dizia isso e é por isso que não é um amor morto, pois é verdadeiro. Tão verdadeiro quanto a dor que senti ao te ver partir, sem olhar para trás. Eu te amo, zumbi. E é por isso que não quero que você vá embora (novamente), é por isso que eu não quero ficar longe, e é principalmente por isso que vou ignorar minhas vontades e te deixar escolher. Você perdeu muito, é fato. Todo esse tempo sem abraçar o Marilyn Manson Mirim e sem dizer que o ama é abrir mão de uma noite bem dormida. Então recupere todas as noites. Eu só não quero, na verdade, que você repita todo esse capítulo escuro da minha biografia. Espero que desta vez você zele pelo que você tem, e não é pouca coisa, é infinito. E já que vai embora, me deixa um pedaço de você, e já que vai embora leva um pedacinho meu e já que vai embora... Volta e pensa em nem ir mais. Eu te amo, Fy. :* Pela milésima vez.

Nenhum comentário: