terça-feira, 23 de abril de 2013

    E quando você quiser descobrir quem sou sem rodeios, me leve para longe, me assista fugir das garras de um lugar que me prende, me puxa, me agarra e não me deixa respirar. 
Me lembra para que você veio, se não souber ao certo você pode ficar sem saber, só fica. Só fica porque o lugar é seu. Foi tudo culpa da festa, da moça falante, do destino, do vestido, da chuva, do hotel construído no seu quarto de dormir. Foi tudo culpa do acaso, dos movimentos inesperados e ousados demais para uma noite só.
    Eu chamo um garçom para te trazer mais uma cerveja e enfim lavar sua eterna boemia, a oitava saideira da saideira, trazer talvez o que restou de mim e que foi se espalhando a cada passo que eu dei e recolheram com uma vassoura tão suja de tantas ''eus'' que já entraram no mesmo lugar. Também aos pedaços, também sem escolha, também apostando todas as fichas em alguém que não se dispôs a prêmio de aposta.
Mas de qualquer forma, tome! Fique com esse pedacinho de mim. Fique com o meu olhar que não desgruda do seu riso e me dê o seu riso que cai muito bem em mim. Combina com meu perfume, minha sapatilha, meu anteontem, minha vida inteira.
  Poderia parecer fácil, bem mais fácil, o pior é que eu entendo você. Você tem medo de sinuca vazia, morro, tiro,  não vai ter medo de amar? Que machuca muito mais? Eu também tenho medo às vezes, mas vou te ensinar a acima do medo se ter a coragem, é ela quem coloca tudo para frente.

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