sexta-feira, 20 de março de 2009

Quem? Malditos.


Tantos anos, tantos risos, tantos gritos, tantos sons
Uma cadeira de balanço, muito frio, muito choro, muito medo
De que você tem medo?
Solidão.
Tanta fé, tanta falta, tanta sina, emoção
Uma cama, uma coberta e o coração já no chão
Quem é a sua base? Quem lhe chama mais a atenção?
Quem sabe?
Quem quer saber?
Os olhares invejosos, a independência, o impávido colosso
Saber sem querer saber, sentir sem querer sentir e morrer de lamúria
Pois eu te amo
Eu te amo por inteiro por nunca ter conseguido aprender a amar pela metade
E se soubesse, seria em vão.
Eu te amo por inteiro por não saber o que é amar só no esboço
Só no capricho, na piada, na modinha criada pela sociedade hipócrita
Hipocrisia, bem lembrado.
Mas quem sabe? Você sabe?
Onde está? Onde é? Como é?
Regras para comer com garfo, faca e colher
Não quero mais, quero só minhas mãos.
Pois eu quero é ficar por aqui, sentada por aqui mesmo
Aqui nesse chão seco onde nem uma mudinha cresce
No silêncio delas que só elas sabem ter
Aqui nesse chão que já beijou joelhos por demais
Que já secou lágrimas sofridas por demais
Que já apoiou quedas, quedas por demais
Agora tem mais é que ficar no frio e na solidão porque é longe demais de qualquer lugar
Aqui não é o Leblon.
Aqui não é o paraíso, aqui não é nada
Para onde ir? Você tem onde ficar? Vai com quem?
Quem sabe? Quem quer saber?
Cabum!
Acabou-se foi tudo, meu rapaz.
Enxuga esse rosto que a estrada é longa, o vento se desfaz e a fome chega ligeiro, sem delongas. Levanta desse chão quente porque o sol não tem piedade não e coloca esse chapéu na cabeça que é aí que ele deve ficar.
Quando não tem quem ama, nem ninguém esperando em casa e nem nenhuma criança te abraçando e nem pedindo de mamar, não tem por quem chorar. Então deixa de demora que hoje é noite de lua cheia e eu quero ficar longe dos matos, longe dos terreiros e mais longe ainda desse lugar, eu quero estar longe, independente de até onde eu consiga chegar.

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