sexta-feira, 27 de março de 2009

Menino sem futuro.

Às vezes fica vazio, fica limpo, sem ninguém
Me disseram que será assim para sempre, com intervalos bem pequenos

Pois eu já sabia, e sabia muito bem.
Enquanto ele não queria nem saber
Continuava fumando loucamente e bebendo sem parar

Ficava dentro do banheiro e eu nunca sabia se ia voltar
Era o meu menino, meu menino sem futuro.
Morria por dentro e por fora, todos os dias
Dormia com tanta pressa e com tanto medo de acordar
Ele era uma poesia de Álvares de Azevedo
O menino era o medo da multidão
Era o sangue do crepúsculo que escorria sem parar
Sorte dele não parar.
Vez ou outra, sem querer, ouço gritos sem precisão
Os gritos me ensurdecem num silêncio de se estranhar
Aqui dentro
Deve estar um grande caos e quer saber?
Estou sempre ocupada demais
Eu sempre sinto mais saudades
E eu amo muito mais
Quero muito mais
Dói aqui dentro muito mais do que pode ser descrito em palavras tão medíocres
Mas você sabe
Eu estou sempre ocupada demais.

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