segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Amar a mim-si


O tempo inteiro estamos rodando dentro de nós mesmos, no mundo, estamos seguindo um ciclo vicioso que é encontrar alguém que nos entenda, encontrar alguém que nos complete e um dia encontramos esse alguém, então perdemos.

Nessa procura, encontramos o tempo inteiro pessoas que querem nos destruir, querem nos ver beijando o chão com lágrimas nos olhos e esquecendo por lá um pouco de caráter.

É aí que percebemos que por mais que tenha bastante gente ao nosso redor nos dando força e mudando de lado ou permanecendo no mesmo ou simplesmente descobrindo um outro lugar que não seja contra e nem a favor, somente ou quase somente nós mesmos estamos sempre nos dando força. Portanto, o que quero dizer é que eu sei que temos alguém em quem confiamos, temos alguém em quem teríamos coragem de arriscar o mundo por um sorriso, mas que se nós não tivermos um sorriso em nosso rosto acaba por dificultar exigir isso de alguém ou querer dar para alguém o que não possuimos.

Ter gente para nos fazer bem é sempre muito bom, mas retribuir é melhor ainda.

Tem que levantar, sacodir a poeira e seguir adiante. Deixa o resto da poeira no chão porque ela vai amaciar para quando cairmos novamente, pois iremos cair outras vezes se quisermos ter algo concreto daqui para frente.

A imagem no espelho pode nem sempre refletir o que de fato está cantando no coração, mas a razão tem que ser mais forte, lutar contra si mesmo é uma luta mais difícil e é sempre essa que nos dá mais mérito. Vencer nossos medos, construir nossos planos e colocá-los em prática só depende de nós e de mais ninguém.

Contudo, para trazer felicidade para quem está ao seu lado não é apenas sorrir um sorriso insosso, é preciso sorrir com espontaneidade, é preciso sorrir com sinceridade ou então nada dito fará efeito algum.

Um sorriso é muito bonito, mas se ele não traduz nada que possa reluzir, ele perde a essência.

E se rodamos tanto para ter quem tanto queremos por perto, um esforço por nós e por esse tal alguém – simultanemente ou não - não é nunca demais.

E é possível amar alguém acima de todas as coisas, é possível amar mais de uma pessoa e ter medo de perder, é só nessa hora dar chance a emoção e deixar a razão para dois segundos depois, amar com o coração é mais proveitoso, sadio, sincero, é o amar que existe, mas amar por amar parece pobre, mas é não conseguir descrever em palavras, e amar sem sinos tocando ao fundo é gostar talvez um pouco, mas nunca tirar o fôlego.

E hoje em dia muitos não sabem dizer que amam, muitos nem sabem o conceito sobre isso por procurar demais, mas eu vou ser direta, mais clara impossível, não descobrem o conceito porque amar sem medidas não tem conceito, não tem regras. Quando ama-se sem medidas, ama-se acima de tudo, acima do mundo. Não é porque gosta de Cartola ou está aprendendo a desenhar o mapa astral, ama-se apenas por amar, por não exigir nada em troca, ama-se por ser involuntário e não querer que isso mude, ama-se por não procurar amar.

Vez ou outra inventa uma resposta, referências dizendo que ama por ser inteligente demais, ama por lhe fazer bem, ama-se por ser tão previsível para tal, mas no fundo você sabe que foi só uma conquista e que se por acaso ele não aprender a desenhar o tal mapa ou passar a preferir ouvir a intérprete Cássia Éller e deixar o rei do samba de escanteio, você vai continuar amando incondicionalmente, sem medidas, sem condição, vai amar por amar demais, e não por querer amar.

Eu acho assim.

Enfim, foi só um surto, no mais, isso passa – ou não.

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