quinta-feira, 12 de junho de 2008

Seria mais fácil se fosse por dose.


Passei a tarde inteira segurando a saudade em uma das mãos, para que ela nem fugisse e nem me aborrecesse enquanto eu tentava ler o tal livro que eu seqüestrei da minha Miss Mag.
Mas a saudade é bruta, inquieta, e aquela vagabunda não me deixava em paz.
Então a coloquei todinha dentro de uma garrafa, e a bebi num gole só.
Passou pela garganta queimando tudo, seria bem mais fácil se eu fosse paciente e bebesse por dose, arderia aos poucos.
Agora ela está me embrulhando o estômago, me apertando o ventre, gritando nos meus tímpanos e continua sem me deixar em paz. Ela se espalha por todo o meu corpo com uma facilidade que até me amedronta, me deixa com receio de reagir.
E queria eu que ela me subisse na consciência e pisasse no meu orgulho, não a ponto de destruí-lo, só a ponto de fazê-lo calar assim eu tentaria mais chances de conquistá-lo novamente, já que dessa vez, a culpa foi minha por completo.
É, passei a tarde inteira revendo minhas culpas e meus erros, já que não conseguia me concentrar na leitura, fiquei tentando arrumar um jeito de começar tudo de novo, recomeçar do zero.
Fiquei tentando deculpar minhas revoltas e aprender sozinha a lidar com elas, e isso sim eu aprendi, e aprendi também a colocar os pés no chão.
Mas agora que eu tenho uma paz só minha, eu quero dividi-la. E eu tenho vários pretendentes para ter um pedaço dela, mas quem disse que me importa? Eu só quero uma pessoa, que não está na fila. E eu não tenho esse tal alguém, então essa paz se transforma em vazio, e todo o valor que ela tinha, começa a desapareccer.
Então eu me agarro a esse vazio, porque é tudo o que me resta.
Me prendo a um desejo, um desespero de esperança que só eu sei como me enjoa, às vezes.
O problema é que lutar por você é cansativo, cansativo demais.
Mas ficar sem você é dolorido, dolorido demais.

Nenhum comentário: