domingo, 10 de outubro de 2010

Listras


Eu menti quando disse que estava tudo bem, menti quando disse que não sentia nada e que estava tudo bem em voltar para casa sozinha. Eu lembro bem de quando eu sorria aos 4 ventos e abraçava e era abraçada em troca. Lembro bem de quando eu sorria e ganhava sorrisos em troca. De quando me chamavam no canto para dizer no meu ouvido "toma cuidado, garotona" e quando me apresentavam como "minha piveta". Não era nada romântico, não era nada poético, mas era um jeito de me abraçar por dentro.
Lembra que depois de um tempo eu te conheci e coisas aconteceram e coisas mudaram e muitas outras coisas não mudaram e você vivia dizendo coisas como Ele nem gosta de você, ele nem te trata bem!
E agora? Por que de repente você também não me trata bem e tudo o que eu consigo fazer é ok, estou dando o fora, man e desço as escadas, vou embora e depois te recebo com os braços abertos?
Talvez você só quisesse me dar o troco, me dar uma lição de moral, talvez um olha aí, você não gosta de ser deixada para trás?
Odeio ser deixada para trás. E, cara, eu sempre te recebo com os braços abertos, sempre. Essa manhã eu estava pensando Ao menos eu tenho uma foto daquele (DAQUELE) dia, foi a última vez que eu fui eu mesma. Mas pensando bem, pensando bem, meu bem, quem está mudando as listras é você. Nem as zebras, nem os tigres irão te perdoar.

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