terça-feira, 11 de novembro de 2008

Amantes.


Ele a via, ela o via, e quase nada acontecia. Não a olho nu, até então.
A presença de um dulcificava o olhar do outro, e a ausência causava ardor.
Deixava um vazio, que vazio.
Supria a necessidade de paz, mas que paz?
E depois de um determinado tempo, um invadiu o âmago do outro
A parte mais íntima de um era parte mais íntima do outro
E dividiam até o último fiapo de dor, de amor.
Eles foram cedendo aos poucos. Primeiro trocavam olhares, depois palavras e depois gentilezas.
E depois trocaram corações, caso contrário não conseguiriam mais viver em paz
E então fizeram-se amantes. E era impossível separá-los, já eram um só.
Amavam, dançavam, sorriam e vez ou outra discordavam um do outro
E ainda assim eram amantes, em uma era tão desgastada
Em uma rua mal movimentada e numa casa vazia cheia de nada
Que em pouco tempo de lá transbordou amor
E invadiu a rua da frente e a rua de trás e foi invadindo pouco a pouco as notícias nos jornais...
Ele a amava como Romeu amava Julieta, e ela o amava como Isolda amava Tristão
E como nos contos, reza a lenda que também foram amantes eternos e nem a morte os separou.

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