sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

  Tinha jeitinho de barão, mas agora não tem jeitinho de nada, só aquele jeitinho de viciado que tem gente que acha charmoso enquanto eu acho deprimente.

  Mente que está tudo bem, mente que vai voltar para casa, mente que vai ligar, mente que vai voltar, mente que vai guardar, mente que vai parar – e como mente que vai parar.

  Mente que foi só ali, mente que vem de lá, mente que já pagou, mente que vai pagar, mente que não quer mais, mente que nunca viu, mente que não vendeu, mente que sumiu.

  Mente que sente muito, mente que faz por onde, mente que não quer saber, mente que entendeu, mente que prometeu, mente que mentiu, mente que dormiu.

  Tinha jeito de menino, olhos grandes, boas notas, coca-cola é não saudável, ele dizia.

  Mente que está feliz, meu deus, ele mente que está feliz. E suas lágrimas já devem também ter virado pó e agora ele deve estar trancado no quarto, com a música alta, as janelas e a porta fechadas, chorando no cantinho, em cima de um pedaço de papel, para não deixar nenhuma carreira de lágrima cair no chão. Rá tá tá tá. Ele não tem jeito.

  Mente que foi perseguido, mente que viu quem foi, mente que vai atrás, mente que sabe o que faz, mente que sente emoção, mas na verdade ele está cada vez mais vazio.

  Tinha tudo para se dar bem, poderia aprender a tocar algum instrumento, montar uma banda, ele gosta de escrever, podia compor canções.

  Mas mente que lembra da letra, mente que sabe cantar, mente que quer evoluir, mente que quer parar.

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