domingo, 27 de junho de 2010

Morena


Mostra para mim o que o mundo não viu, morena

Veste teu vestidinho preto e teu sapatinho de cristal e passa por mim mesmo que eu nem veja, mas desce desse pedestal, princesa

Desce que aí não é o teu lugar, teu lugar é jogada em uma relva bem cuidada

Ou talvez sentada em uma nuvem de paz.

Larga e deixa que teu sorriso se pendure no ar, perdure no ar

Deixa teu rastro de perfume no ar, deixa teu perfume no ar, no ar, morena

E mostra para mim o que o mundo ainda não viu.

Morena, morena, me mostra com esses olhos cor de mel e esse cabelo que é teimoso demais

Mostra, morena, mostra as mentiras e as verdades que os homens contam demais, que doem demais

(E como doem, meu deus, mas como doem demais).

Abre teus braços, morena

Abre os teus braços e me abraça senão eu vou cair

Nesse vazio aqui por debaixo dos meus pés, morena

Que sopra um vento frio que tira a minha alma do lugar

Vem e me abraça senão não dá mais, morena, não dá mais para suportar.

Morena sozinha, morena menina, menina sozinha

Vem cá e me diz qualquer coisa

Ou não, vem cá e não me diz nada não

Fica calada olhando para mim e me deixa encontrar nos teus olhos as cores do meu jardim, ou me traz um pedaço de chão

Me olha por um tempo qualquer, um tempo pequeno, pode ser

Um tempo para te escrever um poema que lhe arranque um sorriso

Eu quero um sorriso, morena

Eu só quero um sorriso

Eu não sou desses homens que te fazem chorar

Não sou desses que fazem sofrer

E eu nunca aprendi a mentir.

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