
Mostra para mim o que o mundo não viu, morena
Veste teu vestidinho preto e teu sapatinho de cristal e passa por mim mesmo que eu nem veja, mas desce desse pedestal, princesa
Desce que aí não é o teu lugar, teu lugar é jogada em uma relva bem cuidada
Ou talvez sentada em uma nuvem de paz.
Larga e deixa que teu sorriso se pendure no ar, perdure no ar
Deixa teu rastro de perfume no ar, deixa teu perfume no ar, no ar, morena
E mostra para mim o que o mundo ainda não viu.
Morena, morena, me mostra com esses olhos cor de mel e esse cabelo que é teimoso demais
Mostra, morena, mostra as mentiras e as verdades que os homens contam demais, que doem demais
(E como doem, meu deus, mas como doem demais).
Abre teus braços, morena
Abre os teus braços e me abraça senão eu vou cair
Nesse vazio aqui por debaixo dos meus pés, morena
Que sopra um vento frio que tira a minha alma do lugar
Vem e me abraça senão não dá mais, morena, não dá mais para suportar.
Morena sozinha, morena menina, menina sozinha
Vem cá e me diz qualquer coisa
Ou não, vem cá e não me diz nada não
Fica calada olhando para mim e me deixa encontrar nos teus olhos as cores do meu jardim, ou me traz um pedaço de chão
Me olha por um tempo qualquer, um tempo pequeno, pode ser
Um tempo para te escrever um poema que lhe arranque um sorriso
Eu quero um sorriso, morena
Eu só quero um sorriso
Eu não sou desses homens que te fazem chorar
Não sou desses que fazem sofrer
E eu nunca aprendi a mentir.