terça-feira, 5 de maio de 2009

Encanto



Aí ela, ela e eu estávamos conversando, concluímos sobre príncipes encantados.
No meu caso, eu sempre esperei mesmo dizendo que não - como todas as outras mulheres que deram as caras no mundo - por um homem incrível. Um homem mágico – digamos assim-, na qual eu me apaixonava e amava sem estribeiras e que chegava em um cavalo branco, grande, esperto. O príncipe estava muito bem vestido e com uma rosa vermelha na boca, tinha um olhar apaixonado e mais que isso, apaixonante. E todas as qualidades que eu não acreditava que podia existir em alguém, existia nele, somente nele.
Aí eu me apaixonei e amo sem estribeiras um cara que chegou usando Havaianas. No lugar da rosa vermelha na boca ele tem um cigarro, nada de cavalo branco, ele prefere motos. Não tem o olhar apaixonado, mas é apaixonante como nem eu sei descrever e está sempre usando uma camisa azul e uma bermuda azul também. Acha que sabe detonar no dominó e o pior de tudo é que ele detona mesmo, então jogamos cartas e eu começo ganhando e termino perdendo. Não tem serenatas de amor abaixo da minha janela, mas tem o abraço caloroso que só ele sabe dar. O tal abraço que eu sinto tanta falta e só ele tem.
Muda um caminho perfeito para poder me acompanhar, me encanta como nem ele mesmo sabe como faz.
Não que eu não viva sem ele, mas estou naquele momento mágico em insistir que não só para que ele fique mais um pouco, mais um monte, dois montes, e eu passe a definitivamente não querer mais viver sem ele.
- Certo, eu já não quero.
É sempre assim, por mais que nós esperemos por um ser projetado em nosso subconsciente, é pelo desgraçado mais improvável que a gente se apaixona. E é essa improbabilidade que dá o gostinho doce e mais ainda o amargo do amor. O amor, o amor, o amor filhodaputa que está de novo tirando o meu sono.

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