domingo, 17 de abril de 2011

(Você acharia essa foto iradíssima)
 Você chegava em minha casa sem precisar de aviso prévio, passávamos a tarde rindo de algumas coisas e cada coisa gerava outras coisas mais e de repente o dia já estava no fim, aí você tinha que ir embora. E eu ficava torcendo para que no dia seguinte você chegasse lá de surpresa também. E passássemos a tarde inteira trocando abobrinhas, e no dia seguinte você ia novamente. Já não tinha mais surpresa, mas mesmo assim era a melhor coisa que me acontecia no dia. Os dias passavam rápido demais e eu nem me importava em perder - embora eu ganhasse, desse vida aos meses - meses da minha vida ao seu lado, conversando, me fazendo surpresas que nem eram tão surpresas assim. A maior surpresa foi quando você não foi um dia, e a pior surpresa foi quando você não foi dois e pior ainda quando não apareceu mais. Você tinha encontrado um outro alguém, uma outra garota, dessa vez como namorada e não como amiga. Minhas tardes ficaram cada vez mais vazias e eu fui procurar outros alguéns que pudessem ficar no seu lugar, mas não tinha. Mas mesmo assim encontrei outros alguéns, cada um com suas qualidades, suas vantagens. E cada dia você foi se afastando um pouco mais, até que um dia você foi embora, mas prometeu voltar. e realmente voltava, ainda de surpresa, mas não mais na minha casa. A gente passou a se esbarrar nos bares, nas ruas, nas festas. Você amadureceu um pouco e eu sentia muito a sua falta, mas nunca te dizia isso. Até que você foi embora de vez, para um lugar bem longe. Um lugar da qual ninguém volta. E o seu lugar continua guardado, ninguém substituiu e ninguém será capaz disso. Eu queria poder dizer que te amo com todas as letras, qualquer entonação. O ser humano é um eterno otário que deixa o tempo passar e levar as pessoas. Se eu soubesse, meu deus, eu tinha te prendido a mim, assim como eu te prendi ao meu coração. E e u    t e   a m o .

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