Desculpa, é que eu não quero ir embora, quero ficar aqui e te ensinar algumas coisas. Seja lá o que for, posso aprender com você também, a gente pode pintar um quadro, ou pintar o chão, ou fazer um apanhador de sonhos com pedacinhos de bambu.

 A gente pode criar regras e fingir que a sociedade inteira vai aceitar, a gente pode fingir que vai seguir as regras deles, a gente pode jogar, ou no seu caso, aprender a jogar. Haha.
 Quem sabe regar as plantas no fim da tarde, na manhã seguinte, o dia inteiro.
Pedir desculpas pelo outro lado da porta, ouvir os vinis naquela vitrola empoeirada, comer pão de mel.
Posso assistir sua cara de vergonha enquanto você assiste a minha de cansada. Posso tentar ser animada e agradável enquanto assisto você fazer isso sem o menor esforço.
Posso fingir que não me importo com certas coisas e conversar com você sobre suas paixonites, posso fingir que comigo está tudo bem.
 A gente pode falar sobre música e eu posso te apresentar algumas boas canções, você pode me ensinar inglês, esse seu inglês completamente torto.
 Você pode me ensinar a cozinhar, embora você não saiba. Você pode ficar parado e me deixar me perder por dentro do seu corpo e me alojar no seu coração, ficar lá guardadinha. Ou eu posso ficar te olhando ficar parado, vou ter a mesma sensação de nirvana.
 Desculpá, é que eu gosto de coisas mais simples, sei lá, tomar picolé na praia, jogar conversa fora, fingir que estou só de passagem.
E desculpa de novo, mas na verdade eu não gosto de fingir, no entanto muitas vezes me parece ser o mais indicado para o momento, ou nem isso, mas eu preciso evitar futuras dores, posso não suportar mais.
 Eu gosto de te encorajar, de te ensinar, de te abraçar. Eu gosto de cuidar de você, de me preocupar com você. Com a sua saúde, sua carreira, seu futuro, seus sonhos.
Você me faz bem. Sua presença me faz tão bem, que de tão satisfeita que fico não quero mais te deixar, por isso me apaixono, por isso amo, por isso sua presença fica cada vez mais bonita. Bonito.