quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Aí eu falei " Nunca, jamais diga o que sentes. Se sentir algo forte, peça um drink". É uma frase do Caio Fernando Abreu, aquele poeta carequinha, branquinho e que nunca deu a mínima para a minha filosofia.
Sabe o que me responderam? Disseram "Mas se sentir algo forte peça uma dose de uísque, cowboy e dupla."
A priori eu não tinha entendido o "cowboy', depois explicaram que é sem gelo e só aí eu entendi que tem que beber sem gelo para ir tocando fogo em tudo e no fim das contas não restar mais nada por dentro. Nem garganta, nem esôfago, nem fígado, nem estômago e nem nada abstrato que a medicina insiste em dizer que vem do cérebro, mas que de uma maneira muito fora do normal dói no coração, machuca bem ali, onde você não pode colocar mertiolate e ficar soprando na frente do ventilador.
Hoje é um daqueles dias que a gente não entende, que tudo vai acontecendo bem depressa e quando você menos espera já é noite e você não tem noção do quanto que sua vida mudou em apenas um dia e você nem viu, você nem viu, cara.
você nem viu quando eu abri a porta com a mochila nas costas e fui embora, nem viu. Assim como não vai me ver voltar, que tal?
E se alguém me perguntar o por que de eu ter ido embora eu simplesmente não vou saber responder porque eu também não sei exatamente porque simplesmente eu não caibo mais aqui dentro de mim e não há mais espaço para mais nada, para mais ninguém. Porque o que eu queria mesmo era aquele abstrato citado lá em cima, mas ninguém deu e agora só tem espaço para solidão.
Agora eu só tenho espaço para solidão. Amanhã, quem sabe?

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